sábado, 2 de setembro de 2017

Admire o dia

O que voce não quis ver saiu da mira. Saiu do fogo da mira. Saiu admirado. Fustigado. Admire o dia que veio ao seu encontro. O Gonzaga não ergueria sozinho o galinheiro no quintal da sua casa no povoado Angelim, município de Buriti. Arregimentara os filhos que sob sua batuta cortariam madeiras e as levariam para o fundo da casa. Ele e um dos filhos traziam uma madeira que serviria como forquilha para o galinheiro. Um amigo e o outro filho cavavam buracos. A filha socava arroz no pilão.  (Deve ser fácil socar pilão, pode-se pensar. Que nada!!! A menina socava com uma destreza que não é para qualquer um e o arroz se mantinha dentro do pilão.) A mãe ofereceu cadeiras para quem quisesse sentar. O sol nessa manhã de setembro não perdoava. Só um quis a cadeira. O restante permaneceu de pé. A conversa convergiu para o galinheiro e para as questões daquela terra.
 
A posse de Gonzaga interage com a de seus irmãos nos 200 hectares que pertencem a família. O Andre Introvini propos diversas vezes que ele vendesse  a terra. Outro dia, um "gaucho" chegara de mansinho e perguntara se ele era o Gonzaga. Sim, era. Não queria trocar essa Chapada por um terreno a beira do rio ? Não, respondeu o Gonzaga. Desde criança roçava a Chapada e roçar a beira do rio é outra história. Muita pedra.

Um dos irmãos do Gonzaga vendeu 15 hectares ao Andre Introvini, plantador de soja. O Gonzaga o aconselhou a não vender. A sua resposta foi que ninguém dava ordens no que era dele. Assim que vendeu, ele quis comprar os 15 hectares de volta. Ele devolveria o dinheiro e o Andre devolveria a terra. Quanta ingenuidade. Um sojicultor ao por suas mãos em algo so vende este algo por um preço muito acima do que gastara.  Andre recusou a proposta e o irmão do Gonzaga briga com moradores de uma comunidade vizinha por um pedaço de terra ao qual não tem nenhum direito.
mayron régis

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